sexta-feira, 3 de outubro de 2014

José Saramago, escritor do mês de outubro

José Saramago é o "nosso" escritor do mês de outubro!
Escritor multifacetado e quiçá polémico, amado por muitos...É, indubitavelmente, um grande nome da Literatura Portuguesa!
A partir do dia 6 de outubro, visita a exposição na Biblioteca Escolar e participa no passatempo "José Saramago".


Filho e neto de camponeses, JOSÉ SARAMAGO nasceu na aldeia de Azinhaga, província do Ribatejo, no dia 16 de Novembro de 1922, se bem que o registo oficial mencione como data de nascimento o dia 18. Os seus pais emigraram para Lisboa quando ele não havia ainda completado dois anos. A maior parte da sua vida decorreu, portanto, na capital, embora até aos primeiros anos da idade adulta fossem numerosas, e por vezes prolongadas, as suas estadas na aldeia natal.
Fez estudos secundários (liceais e técnicos) que, por dificuldades económicas, não pôde prosseguir. O seu primeiro emprego foi como serralheiro mecânico, tendo exercido depois diversas profissões: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, tradutor, editor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance,  Terra do Pecado, em 1947, tendo estado depois largo tempo sem publicar (até 1966). Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na revista  Seara Nova. Em 1972 e 1973 fez parte da redação do jornal Diário de Lisboa, onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante cerca de um ano, o suplemento cultural daquele vespertino.
Pertenceu à primeira Direção da Associação Portuguesa de Escritores e foi, de 1985 a 1994, presidente da Assembleia Geral da Sociedade Portuguesa de Autores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi diretor-adjunto do jornal  Diário de Notícias. A partir de 1976 passou a viver exclusivamente do seu trabalho literário, primeiro como tradutor, depois como autor. Casou com Pilar del Río em 1988 e em Fevereiro de 1993 decidiu repartir o seu tempo entre a sua residência habitual em Lisboa e a ilha de Lanzarote, no arquipélago das Canárias (Espanha). Em 1998 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel de Literatura.
José Saramago faleceu a 18 de Junho de 2010.


Para ficares a saber mais sobre este grande nome da Literatura Portuguesa consulta a Fundação José Saramago, em http://www.josesaramago.org/


O último livro de José SaramagoAlabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, foi publicado no dia 23 de setembro, pela Porto Editora, mas o seu lançamento ocorreu no dia 2 de outubro.



«Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro. Uma velha preocupação minha (porquê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento) deu pé a uma ideia complementar que, precisamente, permitirá o tratamento ficcional do tema.», Escreveu José Saramago nas suas notas, em agosto de 2009. Esse livro, que ficaria por terminar, é Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, que a Porto Editora publica a 23 de setembro. Com um título retirado de uma tragicomédia de Gil Vicente, este romance inacabado, protagonizado por Artur Paz Semedo, é uma reflexão sobre a violência que põe em relevo a fragilidade humana e social face às atrocidades da guerra.

Para a edição portuguesa contribuíram as ilustrações de um outro Nobel da Literatura, Günter Grass, e dois textos: Fernando Gómez Aguilera comenta e situa este romance (o seu «último fôlego narrativo») no contexto da sua obra, e Roberto Saviano apresenta-nos uma inquietação sobre o papel do Homem face à violência, a partir da «orquestra de revelações» que é esta história de Saramago.
A apresentação mundial de Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas teve lugar na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, no dia 2 de outubro, pelas 18:30, num ato que se pretendeu de afirmação contra a guerra e a barbárie. Com a participação do Professor António Sampaio da Nóvoa, do juiz Baltasar Garzón e do escritor Roberto Saviano, a sessão foi moderada pela jornalista Anabela Mota Ribeiro e, no seu decorrer, foram projetadas as ilustrações de Günter Grass que integram o livro.

Sinopse:
Aquando do seu falecimento, em 2010, José Saramago deixou escritas trinta páginas daquele que seria o seu próximo romance, trinta páginas onde estava já esboçado o fio argumental, perfilados os dois protagonistas e, sobretudo, colocadas as perguntas que interessavam à sua permanente e comprometida vocação de agitar consciências.

Saramago escreve a história de Artur Paz Semedo, um homem fascinado por peças de artilharia, empregado numa fábrica de armamento, que leva a cabo uma investigação na sua própria empresa, incitado pela ex-mulher, uma mulher com carácter, pacifista e inteligente. A evolução do pensamento do protagonista permite-nos refletir sobre o lado mais sujo da política internacional, um mundo de interesses ocultos que subjaz à maior parte dos conflitos bélicos do século xx.




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